a palavra acorda dentro da gente
quer sair espontânea e livre
do fundo da mente
e nem sempre a gente sente
então ela percorre o corpo
inquietando os músculos das costas
agoniando as falanges dos dedos
num estalar dormente
faz revirarem os olhos insolentes
não pergunta que horas são
invade a quietude da madrugada
abrindo no sono um clarão
não respeita o silêncio da noite
faz despertar das quimeras o coração
palavra doida sem limite
agonia da expressão
avilta do papel a branquidão
quer sair de qualquer jeito
lanterna de foco
caneta na mão
desliza no leito macio
da folha nova
onde sem ela
habita a solidão
letra por letra cai azulzinha
grafando o que dá na telha
aliviando o pra sempre do peito
até regressar a mansidão
Um comentário:
Mãe, respeito muito quando as minhas palavras precisam sair de dentro de mim. Mas diferente de ti que as escreve, as minhas clamam por serem gritadas. heehehehe e acho que se elas me aprontarem e precisarem sair de madrugada, vai ser complicado. Já imaginou eu gritando de madrugada? rsrs
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