25 de mai. de 2011

Crônica para Casa de Amor

O ar aqui é respirável e tem notas musicais preenchendo a luz da manhã. Restou a terra molhada, o telhado úmido e a goteira da calha ainda falando pela chuva que se foi na madrugada. É reconfortante estar aqui, entre a esperança e o trabalho. As primeiras palavras do dia trazem o alívio da fé, aquela sem cegueira e sem paixão. A fé que se quer inteligente, refletida, comprovada na experimentação do fazer por si e pelo outro.
A música que brota da velha caixa de som é maior que toda dor acumulada em séculos. É sublime e revela um mundo que se mostra à medida que fazemos por onde vê-lo, no caminho de fazer por onde nele vivermos. Há calma, entendimento, auxílio, amparo, orientação, compaixão como estrelas diurnas emprestando brilho sutil aos ambientes da Casa. E as cores de Deus tingindo tudo a volta, em tantos tons que seria impossível cataloga-los.
Burburinho bom na cozinha, cheiro de café que logo será servido. Alimentos sendo preparados por mãos visíveis e invisíveis. O Amor é a lição maior, o aprendizado essencial, o exercício vital. Cada gesto busca compreendê-lo, cada olhar expressa o profundo desejo de encontra-lo. O Amor não se esconde, mas requer o lapidar da alma para ser vivenciado. E a Casa, que é do Amor, abre as portas e as janelas para quem quiser chegar a Ele.

Música no campo: Uma orquestra sinfônica no meio de um assentamento rural


No dia-a-dia de trabalhadores que vivem da agricultura familiar, em um assentamento rural, um grupo de crianças e adolescentes aprende de Beethoven e Chopin à Vinícius de Morais e Tom Jobim. Esse lugar é Bom Jesus, no município de Tartarugalzinho, norte do Amapá, palco de ensaio e apresentação da Orquestra Sinfônica Florescer, formada por filhos de trabalhadores rurais que começam a mudar seus destinos de futuros agricultores e descobrem a arte através da música. São 70 crianças de 8 à 17 anos que, na folga da escola, por algumas horas trocam a enxada por flautas e outros instrumentos de sopro e corda vivendo uma experiência nunca imaginada por nenhum dos moradores do assentamento.

A única pessoa que sonhou com o que hoje é realidade, foi a enfermeira Íria Sá, que despertou nas crianças a curiosidade, e agora paixão, pela música instrumental, dando um outro sentido às horas que passam na improvisada escola de música. Íria trouxe para  atualidade seu antigo gosto pela música que começou quando estudou piano, ainda adolescente. Ela, que trabalha no único posto de atendimento de Bom Jesus, cansou de ver crianças virando jovens e, ao terminar o ensino fundamental, se acomodarem sendo pais prematuramente seguindo a sina herdada de lavrador e dona de casa, sem qualquer perspectiva de mudança cultural e profissional.

Foi essa preocupação com a pobreza aliada à falta de opção que levou Iria a sonhar em mudar o destino das crianças. Era o início, há dois anos, da realização do sonho da  Orquestra Florescer. O décimo terceiro salário de Iria foi usado para que as flautas fossem compradas e a iniciação musical das crianças acontecesse com o que ela aprendeu nas aulas de piano. “Aos poucos fui conquistando os pequenos, despertando neles o interesse pela música instrumental, não foi fácil, todos sabem que em lugares onde moramos a preferência é por brega, melody e pagodes, o que não é proibido, mas hoje eles curtem também música clássica e MPB”, conta Iria.

Casada e com três filhos saindo da adolescência, Íria os mandou para Macapá onde estudam e aprendem técnicas musicais na Escola Walkíria Lima. Nos fins de semana eles retornam para Bom Jesus e ensinam o que aprenderam para a mãe, que repassa aos alunos. Desde 2009 duas turmas foram formadas e hoje, os primeiros são responsáveis também por ensinar os mais novos. “Todos estamos aprendendo, é uma via de mão-dupla muito importante, uma experiência única em uma vida educar o ouvido dessas crianças. Despertar nelas o talento e vê-las tocando não tem preço, me emociono de verdade”, disse a professora.

A emoção não é particularidade de Iria, na primeira apresentação para uma platéia que não era somente de familiares, mas com autoridades como o governador Camilo, o prefeito de Tartarugalzinho Rildo e secretários, eles deram a mensagem emocionante. Foi durante uma ação inédita no interior do Amapá que vem coincidentemente reforçar o trabalho de Iria, a inauguração da Casa de Cultura de Tartarugalzinho. Com espaço para aulas de artesanato, canto, dança e música, a direção pretende institucionalizar iniciativas como a de Bom Jesus,  trazendo crianças e adolescentes para a Casa.
Os pequenos músicos inauguraram o local vestidos com a primeira doação: as camisas. Empolgados, tocaram sinfonias famosas e se esforçaram no canto do coral, que desafinou com elegância e compreensão da platéia  por conta da mudança de voz de alguns vocais. Do ensaio na única escola de ensino fundamental do assentamento, até agora essa foi a apresentação mais importante da Orquestra e conseguiu um feito especial, que é a admiração dos que os assistiam pela primeira vez e a garantia de apoio do Governo do Estado.

Um salto importante para quem não imaginava um futuro diferente da rotina de campo, enxada e feiras. A professora tem outro desejo além de mais instrumentos e uma sala acústica a conquistar, ela quer que os alunos que estão terminando a 8ª série tenham uma cama em casas de família em Macapá para que continuem o segundo grau e estudem música. Uma conquista aparentemente fácil para quem realizou um sonho que parecia impossível: formar uma orquestra sinfônica em um assentamento nas brenhas de Tartarugalzinho, um município que pode se tornar referência pela experiência em meio à invasão de modismos instantâneo que alucinam ouvidos desavisados.  

Texto: Mariléia Maciel
Fotos: Márcia do Carmo

6 de mai. de 2011

Amor ou ódio: um assunto a refletir

Para muitos o amor é o sentimento mais bonito que existe, mas há quem diga que esse amor pode virar ódio, é aí que mora o perigo. Todos os dias milhares de pessoas são agredidos gratuitamente em todo o País, seja por preconceitos ou mesmo simples ato de vandalismo; as mulheres são algumas das vítimas dessa violência.

Pensando nesses problemas sociais os cursos de Psicologia e Direito se juntaram em uma causa justa para discutir a respeito do assunto, nos dias 10 e 11 de maio, acontece à palestra Amor e ódio: Um olhar da Psicologia, que tem como coordenadores os Professores Alex Magalhães e Mercedes Lima.

O evento tem o objetivo de incentivar uma abordagem multidisciplinar de fenômenos sociais contemporâneos concernentes as relações afetivas e suas interfaces com as normas sociais e legislativas. “A prática pedagógica contemporânea requer um estudo cada vez mais voltada para uma abordagem interdisciplinar, levando em conta as diversas disciplinas constantes nos cursos de Direito e Psicologia”, comenta o Professor e Coordenador do evento, Alex Magalhães.

A inscrição vai até o dia 9 de maio, é gratuita e deve ser feita na Central de Atendimento ao Aluno-CAA. Os alunos receberão certificado mediante o pagamento de R$10,00. O evento acontece no Salão de Atos da Faculdade Seama a partir das 18h30.

Diani Correa
Inove Comunicação - 2101 5253 / 9119 0970
Departamento de Jornalismo e Assessoria de Imprensa
Grupo Seama

Poetas amapaenses doam obras para acervo da UEAP

Um grupo de poetas amapaenses doou para o acervo da Biblioteca da UEAP títulos literários entre coletâneas de poesias, romances e contos. A ação foi de autoria da coordenação do curso de Letras, em parceria com a Associação Abeporá das Palavras, coordenação do curso de Filosofia e Centro Acadêmico de Letras, e aconteceu no Campus II, nesta quinta-feira, 05/05.

Entre os autores das obras doadas, estavam presentes: o poeta paraense Rui do Carmo, presidente do Instituto Cultural Extremo Norte, sediado em Belém-PA, a poetisa amapaense Alcinéia Cavalcante, e Manoel Bispo Correa, autor de diversos livros no estilo contos literários. Também compõem o acervo, obras de Osvaldo Simões e Luli Rojansk.

De passagem por Macapá, Rui do Carmo aceitou o convite para participar da ação que faz parte do projeto “Partilhando Letras Amazônidas na UEAP”. O objetivo principal é contribuir com o acervo literário amapaense existente na Biblioteca da UEAP, ampliando-o em 100% no decorrer do ano de 2011, por meio da execução de um calendário de doações construído com a adesão de autores e pessoas interessadas em apoiar com a doação de exemplares.

Esta é a segunda ação do projeto, iniciado no mês de fevereiro com a doação de obras pelos poetas Jonas Teles, Carla Nobre e Marcos Dias, e ocorreu durante a Semana do Calouro.

“É necessário e urgente buscar novos caminhos para que esta produção literária (amapaense) chegue dentro do espaço escolar”, ressalta a autora do projeto e coordenadora do curso de Letras, Carla Nobre.

ASCOM-UEAP
Keila Rebelo
Assessora de Comunicação - Universidade do Estado do Amapá (Ueap)
Jornalista - 1611DRT/PA
Contatos: (96)2101 0523 - (96)81159232