30 de ago. de 2009

Fundação Palmares lança edital para projetos

Com o objetivo de proporcionar a crianças e jovens em idade escolar atividades relacionadas ao ensino sobre a história e a cultura afrobrasileira, a Fundação Cultural Palmares lançou no início deste mês, o edital Idéias Criativas para 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra.

A Fundação Palmares, instituição vinculada ao Ministério da Cultura, vai disponibilizar R$ 400 mil aos 15 projetos vencedores. Os interessados em participar do edital devem se inscrever até o dia 14 de setembro. Os projetos deverão ser enviados somente por meio dos serviços de postagem dos Correios. A relação dos projetos inscritos será divulgada no site da Fundação, no endereço eletrônico
www.palmares.gov.br.

Com o tema “Renascimento Africano Fesman”, o edital pretende apoiar projetos culturais que tragam em seu conteúdo subsídios para promover a Lei n° 10.639/03, que torna obrigatório na escola o estudo da história da África e dos africanos.
Além dessas temáticas, a lei prevê que conteúdos sobre a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional também devem ser repassados aos alunos. A ideia de incluir os conteúdos na grade curricular é resgatar a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

O projeto deve organizar ações para todo o mês de novembro em pelo menos uma das seguintes expressões artísticas e sociais: teatro, dança, literatura, música, cinema, moda, design, artesanato, culinária, formação cultural, ou seminários com temas políticos e sociais voltadas à questão negra e afro-brasileira. As atividades devem trazer também, como inspiração, a Diáspora africana no Brasil e o III Festival Mundial de Artes Negras - o FESMAN.
Diário do Pará

29 de ago. de 2009

Silêncio

Há dias que não sai palavra
sem que me arda
a corda vocal do silêncio.
Sem que me cale
a boca da alma,
que nela reside o pensamento.
Não é silêncio de pedra,
é alma em recolhimento.
Silêncio e pensamento
regando os jardins do intento.

27 de ago. de 2009

Sarau da Confraria fará homenagem ao poeta Alcy Araújo

Poeta Alcy Araújo (1924-1989)
O lugar da poesia não é o esquecimento, por mais que às vezes, por motivos vãos, esqueçamos que a poesia vem primeiro senão a vida é torpe. Alcy Araújo, o "poeta do cais", fez de sua vida um eterno poetar. Jornalista e amante da boemia, viveu por 65 anos apenas nessa passagem pelo mundo, pouco e intensamente. Nesta sexta-feira (28), será revivido, porque lembrado é sempre, pela Confraria Tucuju no primeiro Sarau do Largo dos Inocentes de 2009. Nem pompa, nem circuntância, porque não é disso que vive a beleza, mas com sinceridade e reverência pelo talento e pela delicadeza dos versos do grande poeta.

26 de ago. de 2009

Está de volta o Sarau do Largo dos Inocentes

A Confraria Tucuju ilumina o centro histórico de Macapá nesta sexta-feira (28) com o I Sarau do Largo dos Inocentes de 2009. Uma grande mostra das manifestações artístico-cultutais do Amapá: exposição e comercialização de artes plásticas, artesanato, CDs, DVDs e obras literárias de artistas e escritores amapaenses, varal de poesias, folclore e gastronomia regional.

Maria Elli e Rafael Boaventura abrem o Sarau

Maria Elli, cantora e compositora amapaense com mais de 18 anos de carreira. Participou de diversos festivais interpretando canções de compositores locais, premiada em 1º lugar no III SESCANTAMAPÁ e como melhor intérprete em dois festivais: III Festival Amapaense da Canção (FEMAC) e II Festival de Música do Servidor Público (FESTSERV). Participou também da XXXI Mostra de Música Cidade Canção (FEMUCIC/Maringá-PR), I Bienal Internacional de Música de Belém do Pará, II Mostra de Música SESCANTAMAPÁ e do Festival de Artes da Escola Meta (FAM).

Sua bela voz está registrada nos CDs “Canto de Casa II” produzido pela Associação de Músicos e Compositores do Amapá/AMCAP e “Parceria”, dos compositores André Luiz Barreto e Cássio Pontes.

Maria Elli é Publicitária, atuante na área de comunicação elaborando jingles publicitários, alem de prestar assessoria de imprensa. Atualmente ocupa o cargo de Diretora Social da Associação de Músicos e Compositores do Amapá/Amcap.

Rafael Boaventura é músico, cantor e compositor com 12 anos de atuação, apresentando trabalho de voz e violão e como vocalista e instrumentista de bandas em bares e casas de
shows. Participou de diversos festivais, interpretando composições de sua autoria, sendo premiado com o 2º lugar no II Festival Jovem da Canção (FEJOCA), com apenas 15 anos, além de outras importantes participações como: II Festival de Música do Nae (FEMUNAE), Festival de Artes da Meta (FAM), II Mostra de Música SESCANTAMAPÁ, XXXI Mostra de Música Cidade Canção (FEMUCIC/Maringá-PR) e recitais da escola de Música Walkíria Lima, enquanto aluno do curso de Violão Erudito daquela instituição de ensino Musical.

Banda Cabana Texana faz a festa do Sarau

A banda Cabana Texana é uma formação recente, mas com músicos consagrados da noite amapaense. Um dos líderes da banda Casanova, Wildson (Bolachinha), no baixo e voz, Jota Lee na guitarra e voz, Magno nos teclados e vocais, Valério de Luca na bateria e Jormyr no teclado e voz. O quinteto faz um show resgatando a música popular dançante dos anos 60, 70 e 80, incluindo Jovem Guarda, Rock Nacional, cantores como Tim Maia e bandas como Roupa Nova e A Cor do Som.

Serviço:
Sarau do Largo dos Inocentes
Dia 28 de agosto de 2009
Às 20 horas
Na av. Mendonça Furtado, atrás da Igreja São José

“Saudações Tucuju”

25 de ago. de 2009

Nivito Guedes se apresenta no Teatro Margarida Schivasappa em Belém


NIVITO GUEDES violonista, cantor e compositor. “TODAS AS LUAS” é o seu primeiro Cd solo, gravou um CD single “Tô em Macapá”. Participou do DVD “Especial da Música Popular do Amapá”, gravou músicas em CD’s de coletâneas, documentários, clips, festivais e tem suas músicas gravadas nas vozes de Interpretes da música amapaense. Em novembro de 2008 participou do projeto Amapá em Cantos no SESC Ipiranga em São Paulo, onde gravou um DVD dividindo o palco com Lucina, Zé Renato e Osmar Jr., sob a direção artística de Nilson Chaves. Já tocou com Celso Viáfora, Pery Ribeiro, Nilson Chaves, Adamor Ribeiro, Paulo Moura entre outros.

Seus shows são sempre marcados pela irreverência rítmica, na mistura da cultura Amazônica, especialmente, o Marabaixo e o Batuque, com os diversos gêneros da música brasileira, tudo isso aliado a uma forte influência do swing caribenho. Em seus shows mostra um estilo próprio e único de cantar a nossa Música Popular Brasileira.

Neste show NIVITO GUEDES canta seus 20 anos de carreira, contando no palco através de suas composições, histórias vividas ao longo dessa estrada musical.
Além do violão, NIVITO GUEDES será acompanhado por Fernando Merlino no teclado, Baboo Meireles no baixo e Aritanã na percussão. A direção musical é de Eudes Fraga, que também faz uma participação no show.

Por Lourdes Guedes

Serviço

Projeto 1/4 de Música do teatro Margarida Schivasappa

Apresenta NIVITO GUEDES

Local: Centur

Dia: 02 de setembro/2009

Hora: 20h

Ingressos; R$ 10,00 (meia R$5,00)

CONTATO:
Lourdes Guedes 84129488
louguedes@hotmail.com

Nivito Guedes (96) 9976-4906 / 8112-7594
nivitoguedes@yahoo.com.br

24 de ago. de 2009

Cenas do I Concerto de Verão 2009

Com Aimoré Batista, Anabela Marques e Adonis Augusto
Historiadora Decleoma Lobato e fotógrafo Chico Terra


Sônia e Fernando Canto com a filha dele, Júlia

23 de ago. de 2009

Santana: Oficina de Capacitação para o Prêmio Culturas Populares

Encontro sobre o Prêmio Culturas Populares nesta terça-feira, 25 de agosto, em Santana (AP)

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) promoverá a 6° oficina de capacitação para participação no Prêmio Culturas Populares 2009 - Mestra Dona Izabel. O evento será realizado nesta terça-feira, 25 de agosto, das 9h às 12h, na Sala de Teleconferência da Universidade Aberta do Brasil/Casa Brasil, na cidade de Santana, Estado do Amapá.

A iniciativa conta com o apoio da Casa Brasil Unidade Santana e Universidade Aberta do Brasil/Pólo Santana (UABS), por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC). A oficina será apresentada por Adriana Cabral, da Coordenação Geral de Fomento à Identidade e Diversidade Étnica da SID/MinC.

O Edital do Prêmio Culturas Populares 2009 foi divulgado no dia 15 de julho e receberá inscrições até 28 de agosto. Uma das novidades desta edição é a possibilidade de realizar a inscrição oralmente. Já foram promovidos encontros para capacitação nas cidades de Curuçá (PA), Belém, Alto Paraíso (GO), Olímpia (SP) e Diamantina (MG).

Com recursos de cerca de R$ 2 milhões, o concurso vai contemplar 195 iniciativas com prêmios de R$ 10 mil, sendo 60 de Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres e 135 de Grupos e Comunidades Tradicionais, as duas categorias da premiação este ano.

PODEM CONCORRER AO PRÊMIO

Mestres ou Mestras das culturas populares: pessoas físicas, de grande experiência e conhecimento dos saberes e fazeres populares, dedicadas às expressões culturais populares, com reconhecimento da comunidade onde vivem e atuam, com longa permanência na atividade e capacidade de transmissão dos conhecimentos artísticos e culturais.

Grupos/Comunidades – formais ou informais: coletivos com ou sem constituição jurídica própria, formados pelos membros de comunidades envolvidos diretamente com as expressões culturais populares, com, no mínimo, 03 (três) anos de existência, contados a partir da data de publicação do presente edital.

OBS: Entende-se por Culturas Populares iniciativas que envolvam as expressões das culturas populares brasileiras”: ações e trabalhos, individuais ou coletivos, que fortalecem as expressões culturais populares, contribuindo para sua continuidade e para a manutenção dinâmica das diferentes identidades culturais no Brasil; atividades de retomada de práticas populares em processo de esquecimento e difusão das expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem, em todas as suas formas e modos próprios: religião; rituais e festas populares; arte popular; mitos, histórias e outras narrativas orais; processos populares de transmissão de conhecimentos; medicina popular; alimentação e culinária popular; pinturas, desenhos, grafismos e outras formas de artesanato e expressão plástica; escritos; danças dramáticas; audiovisual; dentre outros.

O VALOR DO PRÊMIO

Cada um dos 196 candidatos selecionados receberá R$ 10.000,00 (dez mil reais), divididos da seguinte forma:

-60 prêmios para Mestres;
-135 prêmios para Grupos/Comunidades – formais ou informais;
-01 prêmio para a Mestra homenageada.

O valor total investido na ação, portanto, será de R$ 1.960.000,00 (um milhão novecentos e sessenta mil reais).

Informações sobre a oficina: (96) 99095935 (Jocivaldo França, organizador)

Confira o Edital do Prêmio Culturas Populares 2009.

http://www.cultura.gov.br/

identidadecultural@cultura.gov.br.

(SID/MinC)

20 de ago. de 2009

II Festival de Música Instrumental do Amapá

A II edição do Festival de Música Instrumental do Amapá acontece nos dias 21,22 e 23 de agosto no Centro de Convenções Azevedo Picanço, av. FAB, Centro, com entrada franca.
O Festival vai premiar e revelar instrumentistas/compositores da Região Norte. Tem o objetivo de incentivar, aprimorar e desenvolver a cultura musical, revelar talentos, valorizar os artistas, compositores e arranjadores.

16 de ago. de 2009

Quando entrar setembro: Artistas do Amapá contemplados no Projeto Pixinguinha


Na década de 1980 o Projeto Pixinguinha, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), foi um dos mais importantes espaços de revelação de artistas brasileiros. No circuito do projeto foram lançados nacionalmente, ao longo de três décadas, artistas como Luli e Lucina, Zizi Possi, Kleiton e Kledir, Sandra de Sá, Flávio Venturini, Elba Ramalho, Djavan, Zé Ramalho, Zeca Pagodinho e Adriana Calcanhoto.

Com Gilberto Gil à frente do Ministério da Cultura, o Pixinguinha ressurgiu em novo formato, contemplando editoração de CDs e publicação de livros. O projeto agora também patrocina os compositores para que fiquem em casa compondo durante seis meses e depois apresentem a produção da sua obra. Nesse novo formato, três artistas do Amapá foram contemplados e lançam seus trabalhos no mês de setembro em Macapá e em Ferreira Gomes. São eles: Patrícia Bastos, Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes.

Os artistas receberam patrocínio da ordem de R$ 90 mil para cada projeto, valor destinado a gravação de um CD, com mil cópias de tiragem, além da realização de três shows dentro do próprio estado, sendo um na capital e dois no interior. Duzentas cópias de cada trabalho devem ser enviadas para a Funarte. As regras do edital são iguais para todas as regiões, assim como os valores. Patrícia Bastos lança o CD Eu Sou Caboca e Enrico Di Miceli com Joãozinho Gomes lançam Amazônica Elegância em setembro no Teatro das Bacabeiras e na orla de Ferreira Gomes com entrada franca. Quem responde pelo espetáculo é a Bacabeira Produções.
Eu sou Caboca
A grafia é assim mesmo, do jeito que o povo amapaense fala. “Eu sou Caboca” é o título do CD de Patrícia Bastos, contemplado pelo Projeto Pixinguinha. A cantora fez duas gravações caseiras e enviou para a Funarte junto com seu projeto, que teve como um dos idealizadores Enrico Di Miceli. “Lembrei de uma música que foi composta pelo Celso Viáfora e pelo Joãozinho Gomes para Patrícia – canção que dá nome ao disco. É uma espécie de samba que nós transformamos em marabaixo. A concepção é o que a 'caboca' tem e o que ela pode mostrar daqui da Amazônia para o Brasil”, conta Enrico.

O CD tem 14 faixas, todas valorizando ritmos amazônicos como batuque, retumbão, lundu, carimbó, incluindo variações dentro do próprio marabaixo que, segundo Patrícia Bastos, são perceptíveis de acordo com cada comunidade onde ele acontece. Os arranjos partem da concepção de músicos renomados como Adelbert Carneiro, Dante Ozzetti, Aluizio Laurindo Júnior e Paulo Bastos. “Eu sou Caboca” é rico na presença de compositores de várias regiões do Brasil.

Tem Rafael Altério, Rita Altério e Pedro Altério, de São Paulo, assinando a canção “Filho do Uaranã”, que traz participação de Nilson Chaves; o maranhense Zeca Baleiro assina com Joãozinho Gomes “Gogó do Nego”; Neuber Uchoa, de Roraima, surge na voz de Patrícia em “Cruviana”; o poeta amazonense Thiago de Melo faz parceria com Nilson Chaves em “Milagre Fugaz”; do Pará vem Felipe Cordeiro e Jorge Andrade com “Vamos”; Dante Ozzetti e Joãozinho Gomes são os compositores de “Demônio de Batom”; Eudes Fraga e Paulinho Campos presentearam Patrícia com “Cantando pro mar”; Joãozinho Gomes, em parceria com o baiano Vicente Barreto, reaparece em “Pequeno pescador”, que tem participação vocal do gaúcho Vítor Ramil; o mesmo Joãozinho Gomes se faz presente com Enrico Di Miceli em “Triste que só”; tem também o paulista Celso Viáfora com “Crença”; Leandro Dias e Vital Lima com “Uma bem-te-vi”; Felipe cordeiro, Zé Maria Siqueira e Leandro Dias com “Benza Deus” e uma regravação da música “Natureza”, de Leci Brandão e Rosinha de Valença.

Amazônica Elegância
Não podia ser diferente um trabalho nascido da sutileza poética de Joãozinho Gomes e do virtuosismo musical de Enrico Di Miceli. Amazônica Elegância é o nome do CD dos dois artistas, também contemplados pelo Projeto Pixinguinha. “Desde o início, quando pensamos sobre o que íamos mandar para o Pixinguinha, partimos da valorização daquilo que produzimos aqui no nosso estado”, explica Enrico. Os ritmos peculiares do Amapá, batuque e marabaixo, são a base do trabalho, que se amplia com outros ritmos da Amazônia.O CD pode ser traduzido assim: é a música de Enrico Di Miceli na poesia de Joãozinho Gomes com os ritmos amazônicos.

A aprovação do projeto junto à Funarte foi possível com apoio da produtora cultural paulista Drika Bourquim, que ajudou a formatá-lo e a escrevê-lo. Segundo Enrico, apenas seis artistas do Amapá se inscreveram. Ele considera que o fato de ter 30 anos de carreira e nenhum CD gravado contou para a aprovação do seu trabalho em parceria com Joãozinho Gomes, além da qualidade poética de seu parceiro.

Todas as músicas do CD foram feitas através da parceria dos dois compositores, à exceção da canção “Mandala a Mandela”, que além da dupla tem também a mão talentosa de Cleverson Baia. As doze canções são: “Cantor, compositor e poeta”; “E reguem flores”; “Tudo lembra você”; “Mandala a Mandela”, com participção de Celso Viáfora; “A beleza da arte que emana”; “Amazônica elegância”; “Punhal de ferro”, com participação de Nilson Chaves; “Eu e a solidão”; “Letra de música”; “4 de fevereiro”; “Medonho Amor”, com participação do Grupo Voz e “Penastro”, que foi feita para o poeta roraimense Eliakin Rufino.

Serviço
Lançamento de dois CDs:
Sou Caboca – Patrícia Bastos
Amazônica Elegância – Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes
No Teatro das Bacabeiras
Dia 03 de setembro
Entrada franca
Na orla de Ferreira Gomes
Dia 05 de setembro
Acesso livre

Tempero verde no feijão

Por Gaudêncio Torquato

Um dos mais belos espetáculos da natureza pode ser visto na Região Norte do País. Ali, onde ocupam lugar a maior bacia hidrográfica e 33% das florestas tropicais do planeta, o Rio Amazonas trava diariamente uma batalha contra o Oceano Atlântico. De tão caudaloso, o Amazonas consegue que sua foz, ao contrário de outros rios, empurre a água do mar por muitos quilômetros. Mas o oceano espera sua vez. Na fase de Lua Nova, vence a resistência do rio e reverte o movimento. O choque entre as águas forma ondas de até cinco metros, que avançam Amazonas adentro, derrubando árvores e até modificando o leito do rio. O fenômeno chama-se pororoca e é mais intenso entre janeiro e maio. Pois bem, no início de 2010 é bem provável que o País comece a ver uma pororoca diferente, nascendo naquela paisagem e se espraiando pelos estuários rasos dos rios de todos os Estados, sob o nome de Marina. O fenômeno resultará do encontro entre o rio da senadora Marina Silva e as águas dos mares do Sul e Sudeste, canalizadas pelos dois nomes - da situação e da oposição - que disputarão o pleito presidencial.

A eventual candidatura da política acreana à Presidência da República pelo Partido Verde (PV), por conta do simbolismo que seu perfil expressa, pode vir a ser o fato novo capaz de alterar o leito da campanha presidencial, quebrando a polarização entre os candidatos da situação e da oposição, Dilma Rousseff e José Serra ou Aécio Neves. Marina abriria o leque de ofertas, entronizando no mastro central do País a bandeira da sustentabilidade ambiental e da economia verde, cujo apelo é particularmente forte em parcelas de classes médias de centros urbanos mais desenvolvidos, setores culturais e artísticos, núcleos de formação de opinião e contingentes jovens, avessos aos mantras bolorentos da política. Os efeitos da participação da senadora no palco eleitoral podem ser avaliados sob as perspectivas da estética, da semântica e da movimentação partidária. Sob qualquer prisma, sua candidatura causará impacto, considerando que é carismática e intérprete, seguramente a mais importante do País, do conceito do desenvolvimento sustentável de Nação.

A começar pelo plano estético e fundo histórico, emergirá na paisagem uma figurinha frágil, com história pontuada de dores e sofrimento, sobrevivente de catástrofes ambientais, eis que superou doença neurológica provocada pela contaminação de metais pesados. Carrega um drama que mexe com o coração e a cabeça das pessoas. Emoção e razão se juntam na vida dessa filha de seringueiros, que só aprendeu a ler aos 14 anos, ficou órfã de mãe aos 16, trabalhou como empregada doméstica e sonhou ser freira. Diferentemente de Lula, que também veio do andar de baixo da pirâmide social, frequentou os bancos universitários, formando-se em História. Abrigando-se nos movimentos sociais, galgou ao patamar da política, no Acre, exercendo os cargos de vereadora e deputada estadual. Hoje mais parece um corpo estranho no Senado, pela carga asséptica que denota na expressão e nas atitudes. A aparência de água cristalina espelhada por Marina se acentua nestes tempos de lamaçal político. Se a percepção estética é a primeira a chamar a atenção das massas, seu porte simples e despojado será um diferencial em relação a Dilma, bem mais composta e cosmetizada. Com linguagem suave e menos bombástica do que a ex-senadora Heloísa Helena, não parece tão improvisada e esportiva como a alagoana, sempre vista com a farda da camiseta branca e calça jeans.

Na perspectiva semântica, ouviremos a tônica de que "a defesa do meio ambiente deve permear os aspectos da vida econômica, política e social, e sua preservação tem de estar ligada à dinâmica do desenvolvimento". A mensagem é de pouca compreensão para as massas? Sim. Marina Silva, com a feição de mulher sofrida, alcançará melhor resultado nos segmentos médios, urbanos e racionais. São estes que captam melhor a chama futurista do discurso sobre preservação do meio ambiente e desenvolvimento com sustentabilidade. As massas, por sua vez, clamam por demandas imediatas e materiais: dinheiro no bolso, casa própria, alimento barato, transporte rápido, serviços de saúde acessíveis, etc. Com o eixo da sustentabilidade ambiental, que já pontua a linguagem de mandatários importantes como Barack Obama, a mensageira de vida melhor põe tempero verde no feijão nosso de todo dia. Identifica-se, assim, com o salto civilizatório. O bordão preservacionista, vale lembrar, alimenta o discurso da social-democracia em vastos rincões mundiais. No Brasil, esse tempero de sabor silvestre tende a engrossar o caldo de todas as classes.

Quanto à operação político-eleitoral, a pororoca Marina Silva deverá provocar ondas que impactarão alianças políticas nas esferas federal e estadual, a começar por São Paulo, onde Lula pretende apresentar Ciro Gomes como candidato do PT ao governo. Se Marina confirmar a candidatura, o deputado do PSB garante que entrará no páreo. Qual é sua lógica? Empurrar a campanha para o segundo turno. Se ele conseguir 10% dos votos e Marina mais 10%, a soma de ambos poderá ser decisiva na segunda rodada. Mas há um detalhe: a colheita de Marina entra mais na seara de Dilma do que na roça de Serra. No Rio de Janeiro, Fernando Gabeira é outra peça a ser mexida no tabuleiro verde. Pode escolher entre o Senado e o governo. E nos outros Estados, com quem o PV fará aliança? O fato é que em 2010 a cor verde deverá colorir os palanques, ao lado da cor vermelha (petista) e azul/amarela (tucanos), e eventualmente a cor vermelha/amarela do PSB. Mas a simbologia amazônica será o destaque. Pascal lapidou a frase: "O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante.

"Marina Silva é a própria imagem do caniço pensante. Sua candidatura é um compromisso com ideias. Pode até faltar-lhe estrutura de campanha. Sobrará uma visão altaneira da vida como deve ser vivida. Se o recado for dado, isso lhe bastará.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação.

14 de ago. de 2009

Pará: Prêmio Secult de Música

Aberto desde o dia 12 de agosto, tem como objetivo aproximar as ações do governo do Pará, na área da Cultura, dos diversos intérprete(s), instrumentistas, conjunto(s), banda(s) ou grupo(s) musical(is), e/ou compositor(es) que hoje atuam no Estado. Neste sentido, o presente edital, tem como finalidade fomentar a produção de CD´s e shows musicais nos diversos municípios paraenses, nas seguintes modalidades:

Módulo 1 - Gravação de CD inédito - com todas as etapas de gravação: pré-produção, gravação em estúdio, mixagem, masterização e prensagem, com tiragem inicial de 1.000 (mil) exemplares; para esta modalidade serão conferidos 03 (três) prêmios brutos de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

Módulo 2 - Prensagem de CD - Visa a premiação de projetos para a finalização de CD´s (Prensagem e Encartes), devendo o proponente comprovar a conclusão das etapas de gravação em estúdio, mixagem, masterização e projeto gráfico. A tiragem inicial será de 1.000 exemplares. Para esta modalidade serão conferidos 05 (cinco) prêmios brutos de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

Módulo 3 - Difusão Musical no Pará - Visa a difusão da produção musical paraense, através do apoio financeiro para a realização de shows musicais inéditos (título, formato e repertório) de artistas e grupos nos municípios onde estão domiciliados ou sediados. Para esta modalidade serão conferidos 06 (seis) prêmios brutos de R$ 12.000,00 (doze mil reais);

Módulo 4 - Circulação Musical no Pará - Visa a circulação da produção musical paraense, através do apoio financeiro para a realização de shows musicais de artistas e grupos em municípios de Regiões de Integração diferentes da que estão domiciliados ou sediados. Para esta modalidade serão conferidos 06 (seis) prêmios brutos de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais).

Prêmio SEcult de Literatura Infantil e Juvenil - Selo Imagina Só!
Consiste na publicação de três (03) obras inéditas com conteúdos voltados aos públicos infantil e juvenil, com temática livreE, em três (03) diferentes categorias: Literatura infantil , Literatura juvenil e Histórias em Quadrinhos. As obras vencedoras serão financiadas no que concerne ao projeto gráfico, ilustração, impressão e acabamento, divulgação e distribuição. A tiragem inicial será de 1.000 (mil) exemplares de cada obra.
Podem participar autores residentes e domiciliados no Pará há mais de 02 (dois) anos.
As obras devem ser inéditas.
Agência Pará

12 de ago. de 2009

Confraria Tucuju apresenta o pianista Aimoré Batista no primeiro Concerto de Verão de 2009

(Foto: Raimundo Nonato)
(Telma Duarte, Márcia Corrêa, Aimoré Batista e Zezinho Duarte)
A Confraria Tucuju traz de volta sua programação de música instrumental com o primeiro Concerto de Verão de 2009. O projeto reestréia em grande estilo na próxima sexta-feira (14), às 20 horas no Largo dos Inocentes, com apresentação do pianista amapaense radicado no Ceará Aimoré Batista. Os concertos instrumentais da Confraria Tucuju marcaram o verão de 2008 com apresentações ao ar livre, trazendo ao público o talento dos músicos do Amapá.

“Nossa intenção é proporcionar aos artistas espaço para divulgarem seus trabalhos e ao público a oportunidade de conhecer a música instrumental executada no Amapá. Para isso fazemos um trabalho de formação de platéia, disponibilizando para as pessoas que se encantam com as apresentações, informações sobre as músicas, os instrumentos, os compositores e os artistas”, explica a presidente da Confraria, Telma Duarte.

Aimoré Batista (Aimorezinho)

É músico pianista, violonista, escaletista e acordeonista, além de compositor, arranjador e produtor musical. Nasceu em Macapá no ano de 1947 e iniciou seus estudos musicais aos 8 anos no Conservatório Amapaense de Música. Optando pela música popular, tornou-se aluno do Mestre Oscar Santos, com quem estudou acordeom pelo método Mário Mascarenhas. A partir dos 10 anos já se apresentava em shows, dividindo palco com artistas conhecidos da época como Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino, Ari Lobo, Zé Trindade entre outros.

Integrou grupos musicais em Macapá como Os Magos do Ritmo, Os Mocambos e Regional da Rádio Difusora de Macapá. Nesse período tocou com Amilar Brenha, Nonato Leal, Hernani Vítor e Sebastião Mont’Alverne. Aos 13 anos mudou-se para Belém onde integrou o conjunto musical Os Mocorongos em parceria com o violonista Sebastião Tapajós e posteriormente integrou por longo período o Conjunto Sayonara.

Conhecido no meio musical como Aimorezinho, aos 17 anos o músico voltou para Macapá onde passou a integrar o conjunto Os Cometas. Três anos depois, aos 20 de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi viver o fervilhar da noite carioca no auge da Bossa Nova. Tocando nos bares mais famosos conviveu com artistas consagrados como Wilson Simonal, Waleska e Miltinho. A partir de 1983 passou a residir em Fortaleza/CE, onde vive até hoje.

O artista tem dois CDs na sua discografia: Aimoré, Piano ao Vivo, gravado no Café Aymoré, em Macapá, idealizado e produzido pelo radialista Edvar Mota em 2003 e É Natal, produção independente de músicas natalinas de autoria própria e de domínio público, lançado em 2008. Mais quatro trabalhas estão fase de elaboração, um CD com músicas infantis, um dedicado aos nubentes, um terceiro voltado para clientes de restaurantes, hotéis, agências de viagem e empresas, e ainda o CD É natal versão 2009.

Serviço:
Concertos de Verão 2009
Com o pianista Aimoré Batista
Dia 14 de agosto (sexta-feira)
Às 20 horas
No Largo dos Inocentes
Realização Confraria Tucuju

Confraria Tucuju

11 de ago. de 2009

Nova Acrópole: programação de agosto

Aula Inaugural
Curso de Filosofia à Maneira Clássica
"A Evolução Humana e o Crescimento Interior"
Cleverson Barata

A verdadeira evolução está no que o ser humano conquista fora ou naquilo que ele conquista dentro de si mesmo?
Esta palestra tem entrada franca e é uma apresentação do Curso de Filosofia da Nova Acrópole, que tem as disciplinas fundamentais de Ética, Sociopolítica e Filosofia da História.
Aulas semanais - curso em 5 meses.
Dia 12/08, quarta, às 19h

A Odisséia
O Mito do Retorno do Herói
Cleverson Barata

O retorno de Odisseu à Ítaca, sua terra natal. Uma bela história cheia de simbolismo e significado para o Homem.
Entrada Franca
08/08, sábado, às 19h.

Aprendendo a Estudar (Turma 1)
Cleverson Barata
Técnicas para aumentar o rendimento nos estudos.
Investimento: R$ 50,00
10 e 17/08, segundas, das 19 às 22h.

Associação Cultural Nova Acrópole Macapá
Endereço: Biblioteca Pública - Rua São José, 1800 - CENTRO
Horário de Funcionamento: Seg a Sab das 19-22h.
Fone: (96) 9131-4398

10 de ago. de 2009

Para além do verde

Espaço existe. Pode aparecer uma candidatura ou um programa de governo que vão além da mesmice dos potenciais candidatos a presidente em 2010. Marina Silva pode ou não ser essa pessoa, mas, ao surgir, ajuda a vislumbrar como pode ser verde o eixo de uma campanha. Hoje, a questão ambiental virou climática, ganhou dramaticidade, urgência e transbordou. Foi além do verde.

Pode ser outra candidatura, ou uma transformação convincente de um atual candidato. Mas espaço existe. Hoje, o desafio posto sobre o planeta e sobre o Brasil é como construir a saída da crise ficando diferente; como injetar dinamismo na economia por mudar o modelo. Isso leva a programas transformadores e escolhas novas em todas as áreas. O desafio climático atingiu o patamar de dar coerência a um novo programa de desenvolvimento.

O desenvolvimentismo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tem vários problemas. O mais grave dele é ser velho. Ele ecoa ainda um "governar é abrir estradas", do mais remoto e arcaico Brasil; recorda a ideologia dos "projetos de impacto" do governo Médici. Não há, nunca houve, no programa de obras com o qual a possível candidata Dilma Rousseff pretende concretar sua subida pela rampa do Planalto, a menor sombra de atualidade. É impossível conciliar a esta altura o carro-chefe da ministra Dilma com o crescimento sustentável. Eles são opostos.

Um exemplo: a BR-319 tem sido defendida com o mesmo autoritarismo e falta de sentido da Transamazônica do governo militar. Não se sabe por que fazer a estrada, não se conhece estudo de modal alternativo, nem de viabilidade econômica. A ideia é apenas rasgar a floresta, num ponto nevrálgico, para levar as hordas de sempre de grileiros, especuladores, que abrirão novas cidades, que viverão dos repasses da União e repetirão a tragédia de atraso e violência. Está sendo usada a mesma técnica de pôr o Exército, como se fosse uma empreiteira, para tocar a obra enquanto a licença não vem. É a estratégia do fato consumado usada na transposição do Rio São Francisco. Dilma ainda vê o ambientalismo como inimigo a ser derrotado.

O dilema hamletiano da oposição tucana se agrava. O ser-não-sendo-candidato do governador de São Paulo, José Serra, tem vários defeitos. O pior deles é deixar espaço vazio, o que em política pode ser fatal. Se Serra tem uma ideia na cabeça, se ele tem um programa diferente, não se sabe. Ele vai disputar a mesma embalagem de bom gerente na qual se enrola a ministra da Casa Civil. Com uma vantagem: Serra já testou com sucesso o modelo da pessoa que faz acontecer em vários níveis de governo, em vários cargos. A Dilma é mais recente nesta vestimenta e tem contra si as evidências dos erros gerenciais do governo e as estatísticas de baixo desempenho do PAC. Se o candidato tucano for o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ele também, até agora, mostrou que quer disputar o modelo do bom gerente com obras a apresentar. A grande divergência que Serra tem com o governo é a política cambial e monetária. A mesma que tinha quando as bases dessa política foram implantadas no governo tucano. Isso já era velho em 2002 e apequena qualquer campanha.

Houve um tempo em que o verde era apenas verde e o tema só fazia sucesso no gueto. Hoje, mudou radicalmente o conceito de progresso. Hoje, ele se desdobra em várias áreas: uma política externa que dará ao Brasil liderança na questão climática; uma política econômica de desenvolvimentismo moderno que mude a forma de produzir e usar energia; novas escolhas nos financiamentos públicos; na transformação da indústria. Significa ainda mudança de comportamentos; investimentos maciços em ciência e tecnologia; novos eixos da política de saúde pública; uma educação voltada para o que será exigido no futuro que começa agora, um mercado de trabalho que criará empregos ligados a novas tecnologias de energia e produção.

Uma proposta de governo que trate a questão climática-ambiental com a seriedade devida terá de enfrentar a falta de respeito à lei na Amazônia e isso será um avanço civilizatório. O combate ao atraso de uma parte do agronegócio abrirá novos mercados ao Brasil. O verde pode ser o veio central de uma proposta coerente em todas as áreas e atualizada com o que de mais moderno se conversa no mundo. O conhecimento do assunto se aprofundou tanto que os candidatos que usarem o nome da "sustentabilidade" em vão serão desmascarados como impostores. Não há clima para improvisos e maquiagem.

Se a senadora Marina Silva (PT-AC) for a candidata deste programa tem muito a fazer. Primeiro, precisa ir além da própria origem. Os passos que a levaram à militância política partiram do extrativismo. Isso é pequeno. Não dá nem para o começo da construção de um programa robusto. Precisará absorver o que está acontecendo no mundo e terá sim "enfrentamento". Inevitável. O Brasil atrasado e arcaico está em plena ofensiva contra o meio ambiente, como a própria senadora denunciou na aprovação da MP da grilagem. Não há composição possível com quem acha natural um programa decenal de energia que prevê 82 termelétricas a combustível fóssil. É preciso denunciar o que já caducou, contrariar interesses, enfrentar o velho.

Essa possibilidade pode não ser percebida pelos partidos que estão muito ocupados com as cenas de pugilato verbal e de degradação em que se transformou o ambiente político. Se a questão climática não tiver a atenção que merece, o Brasil terá uma campanha eleitoral, na segunda década do século XXI, discutindo ainda o século XX.
Por Míriam Leitão e Alvaro Gribel
Coluna do Jornal O Globo
Em 09 de agosto de 2009

Foto-memória

O ano era 1974, e a conversa sem sombra de dúvida envolvia poesia, jornalismo e cultura. Na foto a jornalista e poetisa amapaense Alcinéa Cavalcante e o ecritor paraense João de Jesus Paes Loureiro.
(Arquivo Confraria Tucuju)

9 de ago. de 2009

Show musical Reforma Amazongráfica‏

Bis para quem viu e quem não viu pode ver agora. Chico Terra conta em um show, seus 40 anos de música na Amazônia desde a conquista do prêmio de melhor cantor mirim aos 12 anos de idade em Macapá, até a construção das hidrelétricas do rio madeira em Rondônia, onde compôs Reforma Amazongrafica, um protesto contra a devastação que destroi a vida na Amazônia.

Chico da Amazônia

por: Euclides Farias

Fingidor, que finge tão completamente que chega a fingir que é a dor a dor que deveras sente, o poeta Chico Terra, engajado como ele só, sentencia, por verso-achado, que a Amazônia não tem mais acento, crivada que está de assentamento.
Licença poética e estréia do músico Chico Terra como letrista, “Reforma Amazongráfica” não só avacalha com a reforma ortográfica de meia tigela que engatinha no país, mas bagunça também com a cara de paisagem do conformismo que mata a indignação e sepulta a Amazônia.
Diga-se antes de qualquer coisa que Chico Terra não é letrista de ocasião, a fazer loas à crença alheia. Desde que se entende por gente que poderia recorrer às letras para reagir aos impulsos humanos da indignação, ele escreve sobre o que conhece, e pelo que sofre. De tão intransigente com dores sociais, sempre contrapostas a hipocrisias, Chico chega não raro a ser confundido com partidários xiitas submissos a cartilhas. Dou testemunho: o poeta está enraizado num tempo amapaense e amazônico que não existe mais, senão na memória que minha memória só alcança dos anos 1960 para cá.
Em Amazongráfica, o compositor recorda que tiraram a vida do seringueiro Chico, transformado em totem na canção. Chico sugere que, talvez aí, com a morte de Chico Mendes, tenha caído de fato o assento da Amazônia, desamparando a nossa voz e nos chamando, sem convocação explícita, a lutar com palavras - tal qual Vital Farias - para que grileiro não mate posseiro só para lhe roubar o seu chão.
Reaja! – pede Chico para todos nós.

Em verdade, vos digo: vívida, tapa na cara e madura de quase cair do pé, a primeira letra de Chico Terra chegou quase outonal. O poeta já ultrapassou a barreira dos 50 anos, acumulando histórias de cantador que musicalmente nasceu no Amapá, adolesceu nas cantorias dos clubes de esquina de Belo Horizonte e veio embora para a sua Pasárgada, onde é, bandeiramente, inimigo do rei.

Ave, Chico Terra!
Serviço:
Show musical Reforma Amazongráfica
Local: Sesc Centro
Data: 11 de agosto de 2009
Hora: 22:00

7 de ago. de 2009

Poemachucado

(Foto de Bill Bachmann)
Vez em quando
Escorre de mim
Um poemachucado
Escorre mesmo assim
Feito água de pote
Fria do jeito da morte
Ainda que a morte
Num solfejo de vida
Reinvente a gente
Do outro lado da lida
Então é água de morte
Bebida a frio e corte
Goste ou não goste
A vida é do jeito da morte

Prêmio Secult Fotopará

Direcionado para o registro e documentação do trabalho realizado pelos fotógrafos paraenses ou radicados no Estado do Pará há mais de dois (02) anos, visa o incentivo aos melhores projetos que tenham como foco temas diversos ou pré-estabelecidos pelo edital a cada ano, resultando na premiação de três (03) fotógrafos, que será de R$ 7.000,00 mil (sete mil reais) ao primeiro colocado, R$ 5.000,00 mil (cinco mil reais) para o segundo e R$ 3.000,00 (três mil reais) para o terceiro, além da publicação de um (01) livro com o trabalho dos fotógrafos vencedores.

O presente edital será lançado no dia 12 de agosto e terá temática livre. As obras deverão ser inéditas. Serão aceitas fotos digitais ou manipuladas, que, no entanto, deverão ser apresentadas em formato impresso para efeito de julgamento.

Agência Pará

6 de ago. de 2009

Névoa encorpada

Há uma linda lua lá fora
E a névoa encorpada aqui dentro
Um ser que herda tristezas
Fecha portas e janelas para o vento
Quer o fundo da caverna fria
Escuridão de céu sem firmamento
Quer o não querer de nada
Sangrar até o fim do pensamento

Economista Charles Chelala lança livro na Unifap


Na próxima sexta-feira, 07 de agosto, no auditório da reitoria da Unifap, às 19 horas, o economista Charles Chelala lança o livro “A Magnitude do Estado na Socioeconomia Amapaense”, obra que resume dois anos de pesquisa sobre o tema no Mestrado em Desenvolvimento Regional da UNIFAP.

O estudo partiu de uma curiosidade surgida da expressão comum que descreve o Amapá como uma “economia do contracheque”, em alusão à forte presença do setor público na economia local. Apesar dos sinais evidentes do peso do Estado na economia amapaense, pouco se pesquisou ou se publicou sobre o assunto.

No livro são abordados alguns momentos históricos em que se fez marcante o papel do Estado no Amapá, como na defesa e ocupação em suas origens; na interação com empreendimentos privados na época de Território Federal e na atualidade, com os regimes aduaneiros especiais e na atuação diante da economia mineral.

Na obra são pesquisadas oito dimensões de manifestação do Estado na socioeconomia, por exemplo: o percentual da administração pública no PIB, a quantidade de servidores públicos, as despesas de pessoal, o gasto público, entre outros itens. O Amapá foi comparado aos outros ex-Territórios Federais, ao Distrito Federal e a mais três estados, além de cotejado com a média geral do Brasil.

O resultado obtido no livro revela que o Amapá é a unidade da federação brasileira na qual é maior a presença do Estado na economia, seguido de perto pelo DF e, um pouco mais distante, por Roraima e pelo Acre.

O livro de Charles Chelala é uma contribuição para a compreensão dos aspectos centrais da economia do Amapá, sendo útil a todos que se interessem pelo tema.
Por Alcilene Cavalcante

Cine Rock neste final de semana

Na sexta-feira (7) e no sabado (8), a partir das 19h, na Praça da Bandeira, vai rolar o Cine rock. O evento é fruto de uma parceria entre o Coletivo Palafita e o Liberdade ao Rock. Em um começo de agosto abafado como este e com as alternativas de sempre para a diversão, é um consolo saber que bons filmes os aguardam!

Botinada - A Origem do Punk no Brasil: Documentário lançado em 2006, a respeito da história do movimento punk no nosso país. Simples e direto, como o próprio estilo, o filme tem na trilha sonora bandas como Garotos Podres, Ratos de Porão e Cólera.

Singles - Vida de Solteiro: Filme de 1992 que se foca em dois casais de jovens, e também nas vidas amorosas de seus amigos. Sim, se trata de uma comédia romântica, mas não qualquer uma: O pano de fundo da história é o início do movimento grunge, em Seattle. A trilha sonora inclui, é óbvio: Pearl Jam, Alice In Chains e Soundgarden, principais bandas da cidade na época.

Pink Floyd - The Wall: Esse filme de 1982 é uma interpretação do disco de mesmo nome. Mostra a vida de Pink, um sujeito que nunca conheceu o pai, morto na segunda guerra, teve uma infância desagradável e é superprotegido pela mãe. Tudo isso resultou em um homem problemático. Sua depressão e tumulto mental são julgados por ele mesmo, nessa história que tem todo o clima do rock progressivo.
Vai lá conferir, é de graça!


Coletivo Palafita – Comunicação

5 de ago. de 2009

Termina nesta sexta-feira prazo para inscrição em projetos culturais da Caixa Econômica

Termina nesta sexta-feira, dia 07 de agosto, o prazo para as inscrições de projetos nos editais para 2010 de “Ocupação dos Espaços Culturais da CAIXA”, “Apoio ao Artesanato Brasileiro” e “Festivais de Teatro e Dança”. Está previsto um total em investimento cultural de R$ 27,5 milhões.

O Edital 2010 de Ocupação dos Espaços Culturais da CAIXA, vai destinar R$ 23 milhões para projetos nas áreas de artes visuais (fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, instalação, objeto, vídeoinstalação, intervenção e novas tecnologias ou performances); artes cênicas (teatro, dança e performance de palco); música; cinema e outros. Além das modalidades espetáculos, exposições, exibições, estão contempladas ainda palestras, encontros, cursos, workshops, oficinas e lançamento de livros.

Já o Programa CAIXA de Apoio ao Artesanato Brasileiro contemplará as várias etapas do processo produtivo, visando ao desenvolvimento de comunidades artesãs e à valorização do artesanato tradicional e da cultura brasileira. Os projetos deverão ser realizados dentro do período de janeiro a junho de 2010.

A CAIXA planeja investir no programa cerca de R$ 1 milhão.
Por fim, o Edital de Festivais de Teatro e Dança tem por objeto a seleção de projetos para patrocínio em todo o país. Os eventos deverão ocorrer no período de janeiro a dezembro de 2010. Serão investidos R$ 3,5 milhões pela CAIXA.

Serviço
Término do prazo para inscrições nos editais de “Ocupação dos Espaços Culturais da CAIXA”, de “Apoio ao Artesanato Brasileiro” e de “Festivais de Teatro e Dança”
Prazo: até 07 de agosto de 2009, às 23:59 h do horário de Brasília
Inscrições e informações:
www.caixa.gov.br/caixacultural

Assessoria de Imprensa da Caixa Econômica Federal
CAIXA Cultural - Brasília/DF (61) 3206-8030 / 9895

Palco Giratório traz teatro infantil no final de senama

O SESC Amapá, através do projeto Palco Giratório, apresenta neste sábado, 8/8, o espetáculo infantil do RS, “O hipnotizador de jacarés”, do RS, onde três palhaços Serragem, Farinha e Farofa entram em cena para fazer o número da hipnotizarão do Jacaré do papo amarelo, uma fera sanguinária que eles trazem trancafiados em uma caixa cheia de furos e correntes. Enquanto o grande momento não chega, acontecem muitas peripécias e divertidos números.

O espetáculo, de Dilmar Messias, é uma homenagem divertida aos palhaços brasileiros e mostra algumas das entradas, reprises e bexigadas tradicionais de palhaços e comediantes populares.

Dia 08/08
Horário: 18h
Lugar: Praça do Forte

Juliana Coutinho
SESC/AP - Serviço Social do ComércioASCOM
Assessoria de Comunicação e Marketing

4 de ago. de 2009

Festa de São Joaquim do Curiaú

Agosto é mês de São Joaquim, padroeiro da comunidade quilombola do Curiaú em Macapá, que hoje compreende uma Área de Proteção Ambiental com lindos lagos e rica biodiversidade. No dizer do sociólogo e pesquisador Fernando Canto, no Curiaú “os rituais se estabelecem bem originais, talvez como no passado, porque os agentes sacramentais dos ritos são pessoas da própria comunidade, respeitadíssimas devido à idade e a sabedoria que possuem.”

A festividade de São Joaquim tem características semelhantes às demais realizadas na Amazônia, em louvor aos santos católicos. Porém, se diferencia pela peculiar forma de manifestação das ladainhas cantadas em latim, além das “Folias cantadas em louvor ao santo pelo grupo de foliões que as acompanham com violas, cavaquinhos, sinos e uma percussão caracterizada por instrumentos fabricados pelos próprios músicos”.

Saiba mais no blog de Fernando Canto
http://fernando-canto.blogspot.com

3 de ago. de 2009

MPB completa 20 anos sem Luiz Gonzaga

...
Domingo (02), completou-se 20 anos que sua sanfona de 120 baixos parou de funcionar. Luiz Gonzaga morreu às 5h20 de 2 de agosto de 1989, no Recife, vítima das complicações de um câncer na próstata. O cantor tinha 76 anos e mesmo doente ainda gravou três discos naquele ano e fez seu último show pouco tempo antes da morte.Por causa do artista, a sanfona, um instrumento de origem européia, virou símbolo da cultura nordestina. Gonzagão ainda foi referência para inúmeros artistas que desembarcaram no Sul. Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Fagner... para não falar em Dominguinhos e Elba Ramalho. Todos louvam o Rei do Baião.

Luiz Gonzaga nasceu no Exu, cidade do sertão pernambucano, quase na divisa com o Ceará. Filho de sanfoneiro, desde pequeno se destacou com o instrumento, animando bailes e festejos juninos na região. Após passar nove anos no Exército como cabo corneteiro, começou carreira artística tocando na zona boêmia do Rio de Janeiro.

Por Thiago Ventura, do Portal Uai

Saiba mais em www.new.divirta-se.uai.com.br

1 de ago. de 2009

Eudes Fraga: "Meu estudo sempre foi a vida, as pessoas, os sentimentos..."

No dia 10 de agosto o músico cearense radicado no Pará, Eudes Fraga, estará em Macapá para mais um show e contatos com amigos e parceiros. Cantor, compositor e produtor, Eudes é um artista que vive da música e não arreda pé de fazer aquilo que acredita. Em conversa pelo msn respondeu a seguinte entrevista ao Papel de Seda.

Eudes Fraga diz:
Dia 10 agora, estarei aí.
Marcia diz:
Vem fazer show?
Eudes Fraga diz:
Sim! É algo fechado, acho. Eu, Nilson (Chaves), Sérgio Souto e Julielle.
Marcia diz:
Ham... Fechado por quê? Você vai fazer streap tease? (risos)
Eudes Fraga diz:
Posso até fazer. Mas tem que ter muita mulher pra olhar (risos)
Marcia diz:
Onde vai ser o show?
Eudes Fraga diz:
É um lance dos advogados. Ainda não sei direito. Só sei que vou. (risos).
Marcia diz:
Você vem ao Amapá como artista desde quando?
Eudes Fraga diz:
Desde 91. Fui levado pelo Nilson Chaves. Conheço a maioria dos artistas daí desde essa época.
Marcia diz:
É cearense e mora no Pará. Por que a opção pela Amazônia?
Eudes Fraga diz:
São vários motivos: Vim para ficar perto dos meus filhos; é o lugar do Brasil onde a minha música é mais conhecida – culpa do Nilson Chaves que gravou “To que to saudade” e botou na boca do povo e tenho muita identificação com tudo aqui, além de muitos parceiros.
Marcia diz:
Você navega pelos rios do que se chama música independente. É difícil se manter assim?
Eudes Fraga diz:
É sempre difícil fazer música séria e com coração nesse nosso país. Mas, amo música e faço a que gosto. Escuto o que gosto, sou do cordão que acompanha os grandes mestres da nossa cultura. Não me canso. Há fatia de bolo pra todos, embora a nossa seja hoje bem pequena.
Marcia diz:
Além de compor e cantar, no universo da música o que mais você faz?
Eudes Fraga diz:
Produzo discos, jingles, alguns festivais...
Marcia diz:
Você estudou música ou é autodidata?
Eudes Fraga diz:
Autodidata. Meu estudo sempre foi a vida, as pessoas, os sentimentos...
Marcia diz:
O que você gosta de ouvir?
Eudes Fraga diz:
Escuto MPB antiga e nova (pouco). Gosto de música boa. Daqui e de qualquer país. Meu ouvido é meu guia.
Marcia diz:
Você é um cara bem humorado?
Eudes Fraga diz:
Na maioria das vezes. Mas quando é preciso fico meio invocado. Nada violento. Só cara fechada mesmo. (risos)
Marcia diz:
Defina "música boa".
Eudes Fraga diz:
Aquela que mesmo sendo feita sob encomenda venha com alma. Com sentido, sem fuleragem. Música, pra mim, é sentimento, seja ela pra dançar ou pra ouvir. Luiz Gonzaga é um exemplo.
Marcia diz:
Você acredita em inspiração? Se acredita, como costuma acontecer com você?
Eudes Fraga diz:
Acredito sim, mas acredito mais no exercício diário. Quanto mais se busca, mais ela vem. Às vezes vem do nada. Na maioria eu corro atrás dela. (risos)
Marcia diz:
Você corre atrás da inspiração como os meninos correm atrás dos papagaios no verão? Feito loucos ou é uma coisa centrada, tranqüila?
Eudes Fraga diz:
Sim, feito louco. É uma loucura natural em mim. Bem dentro de mim to sempre agradecendo pelo dom que tenho. Amo o que faço e faço de coração.
Marcia diz:
As letras contam sempre uma história de alguém. Você se revela através de suas músicas?
Eudes Fraga diz:
Sim e não. Na maioria, sim.
Marcia diz:
Você vive da música?
Eudes Fraga diz:
Sim. Só de música. Merendo, almoço e janto música. (risos)
Marcia diz:
O que há de melhor na música feita no Amapá?
Eudes Fraga diz:
De cara, os ritmos. Em especial o Marabaixo. Tem muita gente boa aí. Me identifico com eles.
Marcia diz:
O que você faz quando está em casa? Essas coisas triviais, mas que cada um tem das suas?
Eudes Fraga diz:
Componho, cozinho, dou uma geral na casa. Sou um verdadeiro homem da casa. (risos)
Marcia diz:
Você se considera uma pessoa feliz?
Eudes Fraga diz:
Sim! Busco a cada dia ser bem mais.
Marcia diz:
O que te faz feliz?
Eudes Fraga diz:
Meus meninos, minha música, meus amigos e a vontade eterna de amar.
Marcia diz:
O que te deixa triste?
Eudes Fraga diz:
Injustiça, preconceito, gente que tenta ser o que não é... Quer ser um cú e não é nem as pregas – peguei pesado. (risos)
Marcia diz:
Quer que eu corte esse "cú" da entrevista? (risos)
Eudes Fraga diz:
De jeito nenhum. Ele está no lugar adequado. Não é o meu mesmo. (risos)
Marcia diz:
Então tá. Que seja então o de quem se identificar.
Eudes Fraga diz:
Sim.
Marcia diz:
Eudes, você é um cara engraçado, talentoso e muito bacana. Obrigada pela entrevista.
Eudes Fraga diz:

Eu que agradeço. Perguntas boas, fica fácil.

Cruzada

(Imagem da Interner)
Empunhava a espada
Bradando aos ventos
Sua brutal cruzada
Terras de nunca e ninguém
Matar ou morrer em nome do bem
Matar ou morrer...
Mais matar que morrer
Porque morrer se morre por dentro
E o perdão não tem trégua
É lâmina afiada nas hostes do tempo
Perfura o estômago da besta
Que mora bem fundo
No desespero da saga de cada um