18 de jul. de 2011

Sonora Brasil do SESC traz ao Amapá os festejos de São Benedito

O SESC Amapá receberá nos dias 21 e 22 de julho a segunda etapa do Sonora Brasil, que este ano entra em sua 14° edição. Trata-se de um projeto temático que tem por objetivo provocar o desenvolvimento histórico da música no país.
 
O tema abordado para segunda apresentação do Sonora Brasil será – Sagrados Mistérios: Vozes do Brasil – representado pelo grupo Comitiva São Benedito da Marujada, de Bragança (PA).

As exibições de danças e músicas feitas pela comitiva sempre se referem aos louvores a São Benedito. Após a exposição de seu trabalho o grupo conversará com o público a respeito da tradicional festa de São Benedito, na qual eles são responsáveis por grande parte do ritual.

A primeira apresentação acontecerá no dia 21 de julho em Macapá, às 20h no auditório da Escola SESC. A segunda será realizada dia 22 no município de Amapá, às 19h na unidade do SESC Ler.
 
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Thainá Rodrigues
Assessoria de Comunicação e Marketing - ASCOM
SESC Amapá
0xx96 - 3241-4440, ramal 235

16 de jul. de 2011

Verão, amor e saudade


A vida é mesmo uma teia de sintonias finas, filetes de energia pensante, sentimentos que saem da alma da gente e se encontram com a alma dos outros. Sábado pela manhã ouvia a Diário FM, programa Conexão Brasília, do amigo Cléber Barbosa, quando ele passou a entrevistar integrantes da banda Milionários R-5, que fez muito sucesso em bailes de Macapá nos anos 70. Criança crescida, atenta sempre às coisas da música, ouvia muito falar no "conjunto", assim que eram chamadas as bandas na ápoca.

Pois bem, ao ouvi-los pelo rádio hoje de manhã, liguei para participar do progranma e perguntar como era feita a seleção de repertório numa ápoca sem internet, com telefonia fixa cara e para poucos, TV com programação e canais limitados? Rodolfo Santos, Bebeto e Washington Caldas, os entrevistados, voltaram aos anos 70 lembrando que tudo passava mesmo pelo rádio. As novidades da música vinham de longe pelos bolachões (discos de vinil) trazidos por privilegiados que viajavam para outros estados.

Foi quando a sintonia se fez. Um deles resolveu tocar ao vivo, como exemplo de repertório da época em que a música popular era dançada com rostos coladinhos, a canção "Meu mundo e nada mais", sucesso de Guilherme Arantes no início de sua carreira. A resposta musical à minha pergunta veio exatamente com a canção que não me sai da cabeça há uns três dias, versos que venho cantarolando inadvertidamente e a melodia que faz o coração depor as armas. Putz! Como eles adivinharam? Sintonia fina é isso aí.

Os Milionários R-5 estão de volta e farão show no próximo dia 24 de julho, durante um lual na praia de Fazendinha. Verão, amor e saudade.

11 de jul. de 2011

Ecos do passado na calçada

Perto do sol do meio-dia as pessoas se tornam efêmeras. Passam impessoais pelo trânsito confuso da calçada suja e irregular do Hospital de Especialidades. O ex-prefeito cabisbaixo caminha lento e talvez nem lembre de quando sua propaganda dizia: “Macapá vai brilhar”. Idos anos 80 e, desde então, o brilho mesmo tem sido das poças de lama no inverno e dos sacos plásticos e latinhas de alumínio reluzentes à intensa luz do dia.
Uma mulher magra e de expressão desesperançosa carrega o bebê miúdo que quase se perde em seus braços. Há doença e ausência de cuidado estampados no rosto do povo. Taxistas tagarelam alegremente para passar o tempo, esperando passageiros rareados em tempos de economia ressentida. O carro-baú corta a avenida larga quebrando os galhos das mangueiras que alguém esqueceu de podar.
Hei Macapá, que a gente conhece como a palma da mão e até mais! O que amamos em uma cidade não são as suas contradições, mas o fato de conhece-las, e até o fato de inserirmos nosso caos individual no caos coletivo. O que não amamos é o relógio letárgicos das mudanças. Por aqui parece ter sido jogado o feitiço da bruxa má que adormeceu por cem anos o castelo da Bela Adormecida.
E enquanto a vida remanescente transita pelas calçadas, repito sujas e irregulares, nos resta outra contradição, dessa vez convivendo em permanente diálogo no intimo da alma de cada um. Se por um lado a sensação de impotência desacelera a esperança e estimula o desamor, por outro, o sentimento de poder fazer algo, ainda que em recortes restritos, liberta a mesma esperança e alimenta o amor.
Mesmo porque o amor é assim mesmo, caudal de contradições com uma única certeza, o porvir será sempre ensolarado. Por isso, seguimos com o peito arfando ao sol do Equador, habitando a cidade e quem sabe um dia o slogan do ex-prefeito, hoje transeunte quase irreconhecível, possa surgir como um eco do passado, daquilo que um dia foi sonhado. Macapá ainda há de brilhar.

5 de jul. de 2011

Teu jardim

Não há mais deserto e a água desce formando película brilhante para o tempo do inverno prolongado. Beija-flores miúdos fazem do jardim um recorte lúdico no início do dia. Foi-se com o tempo a ausência de encantamento e a vida ressurge nas folhas finas da grama bem diante do meu despertar. É assim que um foco de luz, vindo de muito longe, de um não lugar, suave e sem pressa, se instala bem no plexo solar. Traz a calma, o frescor, o acolhimento e restaura o ser com o cuidado de Deus.
Uma vez assim, em sintonia com as primeiras luzes do dia, é possível ver as coisas com outros olhos, mergulhando a alma na dimensão do amor. É quando os pássaros ganham asas brancas e azuis de um tom fluorescente que se alegra com a chuva. As borboletas fazem a metamorfose das formas e os desenhos de suas asas dançam harmonias delicadas no ar. É quando a quietude do bem querer invade a casa, que tem alma, cheiros, memórias, porvires e música. Ah! A música é o varal dessa poesia.

Para novos poetas

1º Concurso Nacional Novos Poetas
Prêmio Augusto dos Anjos
Inscrições Gratuitas
Até 12 de Julho
Pelo site:
www.concursonovospoetas.com.br
Realização Videira Editora

Recomendo: Chegou o "astrollabio" na blogosfera

Mais um blog lindo e cheio de informações sobre cultura. A atirz, produtora e jornalista Patrícia Andrade colocou no ar o "astrollabio", com charmoso visual retrô e muita criatividade. Vai lá ver:

http://www.astrollabio.blogspot.com/

Encontro com leitores na Transa Amazônica Livros

“A Cidade das Palavras – As histórias que contamos para saber quem somos” de Alberto Manguel ­-­­­ Companhia das Letras
No próximo dia 15 de julho de 2011 no horário de 18 e 30 as 20h a Transa Amazônica Livros realiza seu
I Encontro de Leitores. O livro a ser comentado será:
“A Cidade das Palavras – As histórias que contamos para saber quem somos” de Alberto Manguel ­-­­­ Companhia das Letras.
Para inscrever-se e participar do Encontro é necessário a aquisição do Livro na Transa Amazônica Livros, de preferência alguns dias antes.
O valor do livro até o dia 15 de julho é R$ 38,00
A Livraria está funcionando diariamente das 8 às 13 horas.
Para fazer sua reserva encaminhe e-mail para canatransalivros@uol.com.br

Angela de Carvalho
Transa Amazônica Livros
(96) 3223 17 21
canaltransalivros@uol.com.br

4 de jul. de 2011

Temporada de Amazônica Elegância aquece a chegada do verão

Julho vem chegando com o sol, as férias e a música de Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes, trazendo convidados de grande qualidade para o verão de Macapá. A temporada de shows vai acontecer no bar Armazém Beer, todas as terças-feiras com o repertório do premiado Amazônica Elegância. Na abertura de cada terça a elegante presença de um artista paraense, com show completo. Estão confirmados como convidados Eudes Fraga (05), Adilson Alcântara (12), Maria Lídia (19) e Mário Moraes (26).

“Vamos começar cedo, a partir das 20 horas, para assegurar a presença das pessoas, porque mesmo sendo um período de férias muitas delas continuam com seus compromissos de trabalho. É uma forma de valorizar o verão e prestigiar o público. São dois shows completos por dia que vão agitar as terças de julho”, explica Clícia Di Miceli, da Bacabeira Produções, responsável pelo projeto.

Amazônica Elegância
Amazônica Elegância é um dos trabalhos mais festejados da Música Popular Amapaense. O CD, que deu origem ao show, foi premiado pelo Projeto Pixinguinha do Ministério da Cultura, lançado em 2009 com show de portas abertas no Teatro das Bacabeiras. Resulta do trabalho autoral do poeta Joãozinho Gomes em parceria com o compositor Enrico Di Miceli. Rico em ritmos amazônicos, com forte influência dos tambores do marabaixo, o repertório é de uma sensualidade sutil e reveladora do jeito de amar amazônico.

A canção que dá nome ao CD e ao show pode ser considerada uma daquelas que se tornam hinos do cancioneiro regional. Propositalmente, suas imagens poéticas homenageiam as mulheres e as cidades dessa imensa parte do Brasil tão peculiar em sua cultura, descrevendo força, sensualidade e história. A paixão é cantada em ritmos quentes e dançantes como o lundu e o zouk. Um show pra cima e envolvente que mexe com nossas raízes culturais e com nossos sentidos essenciais.

Os convidados
A primeira terça-feira de julho (05) trará Eudes Fraga no show de abertura, um dos mais respeitados compositores entre o Norte e o Nordeste do Brasil. Sua carreira é consolidada com mais de 180 prêmios em festivais de música e suas canções já foram gravadas por artistas como Jane Duboc, Nilson Chaves, Flávio Venturini, Selma Reis, Quinteto Agreste, entre outros, em 33 trabalhos. A discografia autoral do artista conta com “Por todos os Cantos" (1995); "Tudo Que Me Nordestes" (2002); “Do Espinho da Flor do Mandacaru”(2005) e “Santa Paisagem” (2009). Como produtor musical atuou em 15 trabalhos.

Na segunda semana, dia 12, o convidado será Adilson Alcântara, cantor, compositor, violinista, intérprete e produtor cultural natural de Vigia (PA). O CD “Tributo à Cidade em Romaria”, lançado em 1998, é seu primeiro registro fonográfico. O segundo CD do artista, “Cantar”, foi produzido por Nilson Chaves e tem participações de Pinduca, Almirzinho Gabriel, Daniel Benites e do próprio Nilson. Adilson tem composições gravadas por Lucinnha Bastos, Olivar Barreto, Tadeu Pantoja, Fabrício dos Anjos, Marhco Monteiro e María Lídia. Espirituoso no palco, Adilson garante um show de ritmos, poesia e bom humor.

Dia 19 de julho será a vez da bela voz de Maria Lídia. Vem de Santarém essa compositora e intérprete da música popular que lota as casas de shows, bares e teatros por onde se apresenta. Estudou piano clássico e é autoditada em violão popular. Com toda essa bagagem, os anos 80 viram surgir no Pará uma das mais queridas artistas da música. Suas composições foram gravadas por diversos artistas, inclusive no Japão. Na discografia autoral conta com “Carnaval 84” (1984), “Por Tudo e Tanto” (1990), “Coração Leviano” (1993), “Maria Lidia” (1995), “Projeto Uirapuru V.7 – Maria Lidia” (2000), “Canções de Maria Lidia” (2003) e “Ícones” (2005).


Fechando o projeto da Bacabeira Produções, dia 26, a voz incomparável de Mário Moraes. Compositor e intérprete que desde os 16 anos se apresenta na noite de Belém. Seu timbre arrebatador é responsável por inúmeros prêmios como melhor intérprete de importantes festivais de música em várias regiões do Brasil. Canções como “Tocaia”, Tirano Tirano”, “Coura” e “Aos Filhos da Nossa Aldeia”, revelam um artista que vai além do apurado senso estético e mergulha na realidade e nas lutas de sua gente.

Serviço
Amazônica Elegância e convidados
No Armazém Beer
Av. Presidente Vargas, 1702 – Centro
Todas as terças-feiras de julho
Às 20 horas
Ingressos: R$ 20,00

1 de jul. de 2011

Ainda há vagas para colônia de férias do SESC

Belém: Artistas do CONEXÃO VIVO encerram cortejo do Arraial do Pavulagem



Arraial do Boi Pavulagem se despede da quadra junina neste domingo, 3 de julho, em show de encerramento cheio de participações especiais

Lia Sophia, Felipe Cordeiro, Nilson Chaves e Iva Rothe são algumas das atrações do show de encerramento da quadra junina do Arraial do Pavulagem. Neste domingo, 3 de julho, o Arraial sai pelas ruas de Belém com o último Arrastão do Boi Pavulagem de 2011, em que são esperadas 40 mil pessoas. O cortejo celebra os 25 anos de atividades culturais do grupo na Amazônia. O evento começa às 9 horas com uma roda cantada, na concentração do folguedo realizada na Praça dos Estivadores, na rua Boulevard Castilhos França, esquina com a avenida Presidente Vargas.

Os artistas convidados, assim como o Arraial do Pavulagem, integram o programa CONEXÃO VIVO, que reúne centenas de projetos musicais de todo o Brasil. São shows, festivais independentes, gravação de CDs e DVDs, produção de videoclipes, programas de rádio, oficinas e seminários que compõem uma rede nacional e permanente de atividades culturais envolvendo artistas, gestores e produtores culturais, iniciativas públicas e privadas. Além disso, o programa também está presente em muitas das mais importantes iniciativas da cena musical brasileira, seja com o patrocínio de projetos ou parcerias artísticas em eventos de destaque no calendário nacional, e outros festivais independentes.

“Essa conexão aproxima o músico um do outro, isso é muito produtivo, acho que só fortalece a nossa cultura. Fiquei emocionada com o convite. O Arrastão é uma grande festa que marca a nossa cultura. Já acompanhei enquanto público, agora eu vou estar junto e com outros artistas. É maravilhoso. E já me disseram que o público estimado é de 30 mil pessoas. Eu não sei nem o que é isso. Penso que vai ser algo bem forte. O Arraial já está acostumado com as multidões. Eu não. Pelo menos eu vou poder soltar um ‘égu’a, porque estarei em casa, apesar de ser o público do Arraial. Eu vou tentar agradar”, diz a cantora Lia Sophia.

A construção e articulação de redes culturais nacionais, em diferentes segmentos artísticos, é o foco da Política Cultural da Vivo, patrocinadora oficial do Arrastão do Pavulagem, através de Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará.  Neste domingo, os mastros de São João, erguidos no último dia 12 de junho na Praça da República, serão derrubados, simbolizando o enceramento da quadra junina do Pavulagem, que este ano conta ainda com o apoio da Prefeitura de Belém e a Musikart Produções.
“Os mastros expressam e demarcam o lugar da tradição oral, a força da fé que se renova. É homenagem, respeito, partilha. O mastro é levantado na Praça da República, como um marco simbólico de resistência e perseverança em defesa da cultura popular, fica hasteado até o final dos cortejos, quando ocorre a derrubada desse totem  com a perspectiva de renovação e a vinda de dias melhores”, explica Walter Figueiredo, pesquisador e produtor da ONG criada e 2003 pelos músicos do Arraial, o Instituto Arraial do Pavulagem.
Cerca de 15 mil pessoas tem acompanhado todos os domingos o Arrastão do Pavulagem, que reverencia a cultura popular brasileira, reinterpretando e ressignificando os elementos das festas juninas. O crescimento de público no evento tem ocasionado uma preocupação cada vez maior por parte dos organizadores da brincadeira. A estimativa para o último Arrastão gira em torno de 30 mil pessoas, o que significa a consolidação de parcerias  com os poderes público e privado, e com a própria sociedade civil para manter a qualidade do folguedo e a alegria dos participantes.

“Mantemos uma interlocução formal com instituições governamentais e civis para o êxito do processo, bem como, a busca de recursos oriundos do poder público e de empresas particulares, como a VIVO,  para a efetivação da brincadeira de acordo com a sua concepção e formato, sem comprometer a autonomia do Instituto. Precisamos de uma organização e de suporte financeiro para dar conta de uma estrutura significativa que consiga acolher, envolver, refletir, responsabilizar e alegrar a multidão que se tornou o público do Arraial do Pavulagem”, afirma Walter.

Símbolos tradicionais ganham as ruas da capital paraense para manter viva a lembrança das culturas da nossa região e do jeito caboclo do povo do norte do país. Elementos como o boi, as bandeiras de santos, os mastros ornamentados com oferendas, bonecos cabeçudos, cavalinhos, chapéus de palha e o Batalhão, que guarnecem a brincadeira e o santo. O sol, a lua e as estrelas também estão presentes no imaginário do cortejo, como um elo que dialoga com a divindade e com o  campo astral superior. É uma forma de retirar a cultura tradicional do confinamento histórico em que foi colocada ao longo tempo, da espetacularização onde o público se torna um mero espectador, e que no Arrastão do Pavulagem ele participa do processo e vira protagonista de uma grande festa popular.

SERVIÇO
Último Arrastão do Pavulagem
Data: 3 de julho de 2011
Hora: A partir das 9h
Concentração: Praça dos Estivadores, rua Boulevard Castilhos França, esquina com a avenida Presidente Vargas.
Contato: Yorranna Oliveira – Assessoria de Imprensa Instituto Arraial do Pavulagem: 091-8401-8286 / Marcelo Damaso – Assessoria de Imprensa da Conexão Vivo Pará – 091-8338-1555
FOTOS:
www.flickr.com/photos/pavulagem