Tenho os olhos levemente fechados agora, e ouço o murmúrio da chuva que desce formando fina cortina entre os corredores claros da área de convívio do hospital. Concentro nos sons seqüenciados e nítidos. Têm ritmo de conversa amiúde entre o céu e a terra, tecendo informações e sabedorias entre as muitas dimensões.
É possível perceber as inflexões das frases e as intenções das palavras. Falam sobre o curso das coisas da natureza e dos homens. A terra recebe orientações do universo para seguir sua sina de eterno regenerar. Nesse lugar, os recados da chuva chegam para calar aflições que perambulam insones pelos corredores, enfermarias e leitos povoados pela dor, ninados pelo medo da morte.
A chuva traz de longe, em frascos de água radiante de luz da tarde, florais de esperança. E tudo parece calmo na imensa paz inventada para esse lento passar de horas. É quando ouso entrar na conversa, que me chega através dos estalidos das gotas nas folhas e nas pedras do jardim. Antes que me ouçam, uma cigarra entra com sua fala ininterrupta, em forma de canto, como se há muito esperasse por essa oportunidade.
Outra tentativa de entrar na conversa e a chuva ignora meus apelos. Minha impulsividade por falar, opinar, perguntar, que tão bem funciona no mundo dos homens, parece imperceptível aos ouvidos da natureza. Então compreendo, num breve intuir, que é preciso aprender a escutar primeiro com os ouvidos, depois com o coração, para que a alma possa compreender os recados de Deus sem o concurso de uma única palavra.
É possível perceber as inflexões das frases e as intenções das palavras. Falam sobre o curso das coisas da natureza e dos homens. A terra recebe orientações do universo para seguir sua sina de eterno regenerar. Nesse lugar, os recados da chuva chegam para calar aflições que perambulam insones pelos corredores, enfermarias e leitos povoados pela dor, ninados pelo medo da morte.
A chuva traz de longe, em frascos de água radiante de luz da tarde, florais de esperança. E tudo parece calmo na imensa paz inventada para esse lento passar de horas. É quando ouso entrar na conversa, que me chega através dos estalidos das gotas nas folhas e nas pedras do jardim. Antes que me ouçam, uma cigarra entra com sua fala ininterrupta, em forma de canto, como se há muito esperasse por essa oportunidade.
Outra tentativa de entrar na conversa e a chuva ignora meus apelos. Minha impulsividade por falar, opinar, perguntar, que tão bem funciona no mundo dos homens, parece imperceptível aos ouvidos da natureza. Então compreendo, num breve intuir, que é preciso aprender a escutar primeiro com os ouvidos, depois com o coração, para que a alma possa compreender os recados de Deus sem o concurso de uma única palavra.
5 comentários:
Márcia,
Tomo a liberdade de ler assim, por óbvios motivos.
"...para que a alma possa compreender os recados sem o concurso de uma única palavra."
Fabuloso...
e ai companheira li seu email estaremos todos orando por melhoria para nosso grande mestre e seu querido pai
força que tudo vai dar certo
abraços
Quem sabe, sabe.
Quinan,
Ainda participaremos de uma reunião de trabalho juntos no plano espiritual. Quer apostar?
Heverson,
Obrigada pelas preces e pela torcida.
Toinho,
Sabemos...
Márcia, que lindo! Torço para que as chuvas tragam cada vez mais tua prosa, e que ela se espalhe, assim como os pingos d´água, não somente pelo telhados, ruas e calçadas, mas também em nossos espiritos - às vezes tão secos e necessitados de água, luz, poesia.
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