a escuridão retalha as ruas
e duas esquinas disputam
quem copula a cadela
o vício da miséria
fere narinas
entorpece dentro
e disputa
com o cheiro que cola
noite a noite
como brincar
o vício da miséria
sacia as trevas
mas quer sempre mais
e vai inventando
variações
para sua droga podre
troca sangue
por sangue
qualquer dono
qualquer dano
qualquer ramo
reinventado
em nova droga
bairros inteiros
espalhados
pela noite
engolindo
sujas de miséria
as cidades
que dormem o dia
a lucidez insone
dispara o canto
me liberta e me prende
em todos os ângulos
que formam os vãos.
MQ
Um comentário:
Obrigado amiga querida, te abraço.
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