21 de jun. de 2010

Barulho de chuva


No silêncio das folhas úmidas
mora a saudade da chuva,
antes e depois do vento,
jeito leve de abrandar o tempo.

No dizer da natureza,
da janela do eterno movimento,
avisto a estação da beleza,
e num longe quase impossível
guardo nas tardes da rua a grandeza.

Quintais sem muros,
infância sem fronteiras:
pé de ingá, tucumã, jaqueira,
ladeira abaixo na piçarreira.

No pulsar febril das horas,
a breve estação não se demora.
E vem a chuva estalando os telhados,
crescente amparo às lembranças.

Chuva, chuva, chuva...
Pés na lama, a menina dança.

2 comentários:

Lulih Rojanski disse...

Além da chuva, chegou a primavera em seu blog. Tudo lindo!
bj.

Bruna Antunes disse...

Melhor que o barulho da chuva, só o cheiro da chuva no fim da tarde ;)