... Ando numa ausência de palavras que só vendo. Empresto uma história aqui, espio um recado ali, mas vontade de escrever da boa, nada. Talvez esses tempos de rios enchendo além da conta, chuva sem trégua nas folhagens do jardim - chega a furar a terra preta de tão forte que é, gastura de nostalgias nem tão antigas e deixadas logo ali. Sei lá, fato é que enquanto a vontade vai se aninhando no colo de uma tristeza conhecida, sigo como as borboletas de João Guimarães Rosa nas suas Noites do Sertão, “indecisos pedacinhos brancos piscando-se”. Logo volto.
(Tela On a Summer Day II, de Martin Irish)
6 comentários:
Oi Márcia,
Mesmo com sua alegação de falta de palavras, percebi uma riqueza muito grande neste seu breve texto... Sei o que é ficar sem palavras... Mas, como a chuva, passa! Acredite!
Parabéns pelo espaço!
Com afeto,
Whesley Fagliari - Amigo da Sofia
Mas não se demore...
Essas linhas não indicam ausência, mas trasbordamento. Vai ver, Márcia, tuas palavras andam provocando enchentes internas que logo (espero) inundarão nossos campos, às vezes tão secos. Bjs
Whesley,
Passa, sei que passa. Sou filha da chuva com o vento. É assim que entendemos da natureza os movimentos na terra do meio do mundo. Chovo inteira, depois seco pra esperar nova estação de torrentes.
Luli,
Depois daquela tarde de vento lá no Norte das Águas posso dizer que estou quase refeita.
Vássia,
É uma enchente que parece seca. Uma seca que transborda. Coisa de mulher, acho. Vai entender...
Quase sempre gosto das mínimas
palavras e dos sentimentos largos!
Sua emoção está por trás
dessas palavras.
De cada uma delas!
Carinhoso abraço!
Jac,
Gosto das suas palavras também.
Outro abraço!
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