16 de set. de 2009

Joãozinho Gomes apresenta "Sou Ana"


Um dos maiores poetas da Amazônia, recentemente contemplado com a gravação do CD "Amazônica Elegância" em parceria com Enrico Di Miceli, pelo Projeto Pixinguinha, Joãozinho Gomes assina a apresentação do CD "Sou Ana", da cantora amapaense Ana Martel. Aqui ele tece suas impressões sobre o primeiro trabalho gravado da artista.

Mal de Amor é um clássico da música amapaense. Ana Martel incluiu essa música num CD essencialmente de composições inéditas. Como compositor como você vê esse gesto?

Ao mesmo tempo em que Mal de Amor contribuiu para que o cd Sou Ana não fosse totalmente autoral, acho que ela serviu como a ligação direta entre a autora e a raiz que a ela pertence, porque pra ela (Ana Martel) essa música lhe pertence, é sua, como se por ela tivesse sido confeccionada para estes fins, e é assim que deve ser mantida a relação
do artista com as influências que o envolvem, com a certeza do pertencimento. Gostei muito do resultado, e fiquei muito feliz.

Ana é cantora e compositora e mostra essas duas faces já no primeiro CD. Que importância, na sua opinião, esse trabalho tem para o cenário da música amapaense?

Embora a Aninha não seja nenhuma estreante na música, ela nos mostra nesse cd – que diga-se de passagem (já respondendo a sua última pergunta) está lindo – o seu lado criativo, a compositora e a poeta em sua manifestação maior, que é a criação, e como somos carentes de mulheres compositoras, não é mesmo? Temos belíssimas cantoras,
mas nos faltam as autoras, e a Ana está aí, com esse trabalho, abrindo caminho para
que venham outras, e que venham mesmo, e cheguem como ela, cheias de criatividade.

Sua opinião sobre o CD

Eu sou suspeito, escrevi a apresentação do cd, gosto muito do bom gosto que foi tido na escolha do repertório, do cuidado com os arranjos, da competência com que a Ana se cercou pra produzir o cd, enfim, é um trabalho soberbo, que merece muito ser ouvido por muitos.

Um comentário:

anamartel disse...

Sensação esquisita de tão linda saber que uma "entidade" como Joãozinho Gomes, que se revela quando lemos sua poesia, convive conosco acessível e afável como se não percebesse sua grandeza!! Sou o mais feliz dos "mortais" por tê-lo aqui no Amapá!!

Ana Martel