Tudo bem que o Carnaval é festa, diversão, alegria (nem sempre) e descontração. Cinco dias de intervalo entre os demais dias de normalidade. Fossem esses cinco dias de exceção, ok! O problema é que se leva tão a sério o carnaval, a sério de sisudez e rudeza, que ele perde a graça e vira guerra de interesses, de vaidades, de orgulhos feridos, de politicagem e essas coisas bem pequenininhas.
Não dá mesmo pra considerar aceitável que pessoas adultas, muitas delas que se conhecem há anos mantendo até relações de amizade, se estapeiem, se ofendam e passem a se odiar por causa de carnaval. É o fim da picada. E todo ano a gente assiste a isso em Macapá, quando entra em cena a apuração do desfile das escolas de samba, e algumas vezes até dos blocos.
Como se diz no popular “é um pé no saco” - de quem tem é claro - transformarem alegria em vilania. No mínimo faz pensar: alegria de quem, cara pálida? De quem só quer se divertir é certo que não. E como alegria de pobre – no sentido espiritual aqui – dura pouco, essa gente ruim de cintura e pesada de espírito acaba rosnando no final da festa.
Dá pra ser diferente e vai ser quando o carnaval realmente for uma festa de alegria e não de interesses. Quando as escolas de samba forem palcos exclusivos de samba e criatividade, e não rinhas de vaidosos. Quando as agremiações forem espaços de cultura e lazer das comunidades, não trampolins políticos e meios de arrecadar dinheiro e benefícios individuais como é para muitos.
Enquanto isso, chato não é quem prefere ficar em casa, ir ao cinema, rezar ou fazer outras coisas. Chato mesmo é quem saqueia a alegria alheia com cenas deprimentes de violência, brados de arrogância e insanidade, campanhas de incitação ao fanatismo carnavalesco – vejam só! - e ao acirramento da já tão complicada tendência humana à intolerância.
Se vão abrir os envelopes que não foram abertos, se uma ou dez escolas serão sagradas campeãs, sinceramente não me tira o sono. O espetáculo foi bonito e quem ficou com a parte boa sabe viver. “Só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder”, diz a canção, e eu assino embaixo.
Márcia Corrêa
Não dá mesmo pra considerar aceitável que pessoas adultas, muitas delas que se conhecem há anos mantendo até relações de amizade, se estapeiem, se ofendam e passem a se odiar por causa de carnaval. É o fim da picada. E todo ano a gente assiste a isso em Macapá, quando entra em cena a apuração do desfile das escolas de samba, e algumas vezes até dos blocos.
Como se diz no popular “é um pé no saco” - de quem tem é claro - transformarem alegria em vilania. No mínimo faz pensar: alegria de quem, cara pálida? De quem só quer se divertir é certo que não. E como alegria de pobre – no sentido espiritual aqui – dura pouco, essa gente ruim de cintura e pesada de espírito acaba rosnando no final da festa.
Dá pra ser diferente e vai ser quando o carnaval realmente for uma festa de alegria e não de interesses. Quando as escolas de samba forem palcos exclusivos de samba e criatividade, e não rinhas de vaidosos. Quando as agremiações forem espaços de cultura e lazer das comunidades, não trampolins políticos e meios de arrecadar dinheiro e benefícios individuais como é para muitos.
Enquanto isso, chato não é quem prefere ficar em casa, ir ao cinema, rezar ou fazer outras coisas. Chato mesmo é quem saqueia a alegria alheia com cenas deprimentes de violência, brados de arrogância e insanidade, campanhas de incitação ao fanatismo carnavalesco – vejam só! - e ao acirramento da já tão complicada tendência humana à intolerância.
Se vão abrir os envelopes que não foram abertos, se uma ou dez escolas serão sagradas campeãs, sinceramente não me tira o sono. O espetáculo foi bonito e quem ficou com a parte boa sabe viver. “Só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder”, diz a canção, e eu assino embaixo.
Márcia Corrêa
Um comentário:
Nossa, bizarro o que aconteceu aqui no nosso carnaval. Desde os envelopes abertos ou não, até a decisão patética de contemplar todo mundo com a vitória. Fiquei decepcionada, mas não por dividir a vitória com outras agremiações, e sim por saber que a minha alegria de ver cada escola passar e mostrar o que conseguiu fazer foi sabotada por toda essa baixaria. Eu queria mesmo que alguém ganhasse, mesmo que não fosse a minha escola do coração, mas tem sido mais importante manter "nomes" nas presidencias do que de fato mostrar beleza e alegria na avenida.
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