20 de jan. de 2009

O encanto

O encanto se abriga sob os panos do recorte de horas, entre a despedida da madrugada úmida e a sutil chegada do dia. É clarinho o encanto. E tem a mente lúcida, povoada por quase não-pensamentos.
Recosta o prazer de haver ali sua consciência numa cadeira antiga, gravada em madeira lanhada e escura. Tem os olhos fixos na luz que permeia o rebordo da janela, trazendo da rua os recados sonoros da manhã.
Dedica os ouvidos à seleção de chorinhos que enfeitam o radinho da cozinha, de alegrias harmoniosas, cujas notas se misturam ao cheiro acolhedor do café imprescindível.
E a casa inteira respira manhãs.
Quer encontrar o encanto?
Acorde com a luz e permita-se amanhecer por inteiro.

4 comentários:

Lilian disse...

Que amanhecer encantador!...

Araciara Macedo disse...

É maravilhoso ler um amanhecer como o teu

Lulih Rojanski disse...

Nos amanheceres dos nossos janeiros também há chuvas que vêm cantar líquidas canções em nossas janelas, pra deixar ainda mais belo o desdobrar do dia. Vês?

Márcia Corrêa disse...

Aqui por onde estou, as chuvas trazem os entardeceres. E não há janela que resista à serenata de saudades que as gotas orquestram em suas vidraças.