Foto: Amelie Vuillon
Quem nunca sentiu um grito de alma? Aquele que berra por dentro, ecoando nos pulmões e fazendo a carne tremer sem que a pele se ressinta? Porque pele é feita para as aparências e a alma quando grita se contenta com as paredes da solidão. E nessas horas não há nada, nem ninguém, ou multidão complexa que se apresente em condições de oferecer alívio.
Penso que sofremos de solidões seculares, que nos acompanham desde tempos que a memória consciente não alcança. Solidão daquilo que sonhamos e não temos maturidade para realizar, daquilo que não conhecemos em nós mesmos e por isso nos assusta e confunde, daquilo que projetamos nas pessoas inadvertidamente e naturalmente elas não correspondem, daquilo pelo que choramos sem entender bem o porque.
Penso que sofremos de solidões seculares, que nos acompanham desde tempos que a memória consciente não alcança. Solidão daquilo que sonhamos e não temos maturidade para realizar, daquilo que não conhecemos em nós mesmos e por isso nos assusta e confunde, daquilo que projetamos nas pessoas inadvertidamente e naturalmente elas não correspondem, daquilo pelo que choramos sem entender bem o porque.
Solidão é assim um mar que permeia a alma da gente, pelo qual navegamos em busca de rumo e sentidos, ora na superfície mansa, ora quase afogados nas ondas violentas. Viajantes do tempo, no limiar de compreendermos nossa condição de seres individuais, que necessitam se constituir assim na relação com o outro, sem que esse outro se torne carga ou carregador de nossas encrencas.
2 comentários:
lindo esse texto..gostaria de passar para algumas pessoas, posso? o texto é seu, Marcia??
Querida Ana. Todos os textos aqui publicados, quando não são de minha autoria, têm o devido autor registrado no fianal. Os demais, como este, são meus. Bjs!
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